Museu da Maré sedia encontro sobre expansão de Pontos de Memória no país

Criado em 2006, a partir de uma iniciativa da própria comunidade, o Museu da Maré sedia até amanhã (17) a 3ª Teia da Memória, encontro promovido pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram).

A Teia da Memória, já realizada em Fortaleza, em 2008, e em Salvador, no ano passado, tem como objetivo a troca de experiências entre os Pontos de Memória, projeto do Ministério da Cultura em parceria com o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci), do Ministério da Justiça. O encontro começou ontem (15).

Para o diretor do Museu da Maré, Luis Antonio de Oliveira, a experiência da instituição criada na comunidade de 130 mil moradores, na zona norte do Rio, contribuiu para o desenvolvimento do projeto Pontos de Memória. “Hoje é um prazer para nós ver vários pontos de memória surgindo no país. A Teia serve para discutir novas idéias de criação de centros de memória, que possam vir a ser museus”, diz.

Como exemplos dessa expansão de centros de memória, Luís Antonio de Oliveira cita o surgimento do Museu de Favela (MUF), na comunidade do Pavão-Pavãozinho, na zona sul do Rio, e o da Rocinha, prestes a ser inaugurado. “A memória trabalha com afetos, com vínculos e, nesse sentido, o morador se apropria mais do espaço cultural”, afirma.

O diretor do Museu da Maré considera que ainda há um longo caminho a percorrer no processo, já existente, de multiplicação de museus em favelas e periferias, em todo o país. “É preciso traçar um caminho que seja factível, porque não se trata de simplesmente instalar museus. O museu tem que nascer com a necessidade e a intenção das pessoas de fazer memória, de querer trabalhar politicamente sua relação com a cidade”, afirma Oliveira.

A programação do encontro abrange mesas-redondas, reunindo representantes de pontos de memória de comunidades de vários estados do país, e palestras de museólogos. No encerramento, às 18h15 de amanhã, está prevista a presença do presidente do Ibram, José Nascimento Junior.

Com um acervo formado a partir de contribuições dos próprios moradores das 16 comunidades que formam o Complexo da Maré, o museu já contabiliza 28 mil visitantes, 70% da própria região. Os 30% restantes incluem moradores de outras partes do Rio, visitantes de outros estados e até do exterior.

Localizado na Avenida Guilherme Maxwell, 26, o museu funciona de terça a sexta-feira, das 9h às 18h, e aos sábados, das 10h às 14h, com entrada franca.

Créditos À Agência Brasil

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