Perto de completar 100 anos, a Câmara de Comércio Portuguesa do Rio de Janeiro tem planos de aumentar o número de sócios e levar as grandes empresas de Portugal para o centro de decisão da associação.
“A nossa intenção é ampliar o quadro de associados, com a inserção de grandes empresas portuguesas, que venham também a fazer parte da direção da Câmara, para estar no centro de decisões, facilitando a troca de informações entre os dois países”, disse à Lusa o atual presidente da instituição, o advogado Paulo Elísio de Souza.
Na avaliação do representante da Câmara, ainda há muito espaço no mercado brasileiro para a entrada de mercadorias portuguesas. Em entrevista à Lusa, defendeu a necessidade de se investir também na promoção dos produtos básicos e artesanais, típicos da cultura do país, tanto quanto em tecnologia.
“Portugal está a importar inteligência, o que é importante também, mas a meu ver não deveria descuidar os seus produtos tradicionais”, considerou Paulo Elísio, destacando os queijos, enchidos, azeites e mesmo vinhos como potenciais produtos de exportação.
“O brasileiro passou a aprender a gostar de vinho há no máximo dez anos. Agora que estão mudando o paladar e aprendendo a apreciar um bom vinho durante as refeições, a possibilidade de expansão ainda é enorme”, considerou.
Segundo o responsável, o que ainda impede uma maior venda dos vinhos portugueses no Brasil são os altos preços praticados, tanto no retalho, quanto nos restaurantes.
Sobre o jantar comemorativo dos 100 anos da câmara de comércio, no sábado, Paulo Elísio referiu que pretende gerar um ambiente propício para negócios
. Já confirmaram a presença empresários da área de bebidas, infraestruturas, tecnologia e informação.
“Vamos reunir empresários portugueses e brasileiros. No caso dos portugueses, estarão presentes tanto os que já têm forte presença no Brasil, como é o caso da PT e da Ongoing, como outros interessados em trazer investimentos para o país”, afirmou, citando a cervejeira Sagres entre as que têm planos de entrar no mercado brasileiro.
A mais antiga das câmaras portuguesas de comércio do mundo celebrará o seu centenário na sexta-feira com o lançamento de um livro sobre a sua história.
Fundada em 1911, com a intenção de criar controlos de qualidade e certificação para os produtos portugueses que eram alvo de pirataria e falsificação, a câmara tem hoje como papel principal incentivar o comércio bilateral e ajudar os comerciantes portugueses, tanto em questões burocráticas, quanto de troca de informações estratégicas para os negócios entre os dois países.
A obra, que contará com um evento de lançamento oficial no Palácio São Clemente, residência do cônsul português no Rio de Janeiro, abordará a evolução do comércio português na cidade ao longo do século XX, mostrando o papel da instituição nas relações económicas, políticas e sociais entre Brasil e Portugal.
Também em homenagem ao centenário, será celebrada uma missa no sábado, dia 17, na Igreja Nossa Senhora do Bonsucesso, no centro da cidade. No mesmo dia, a Câmara oferecerá o jantar no Museu Histórico Nacional.
De acordo com os responsáveis pelo evento, o jantar contará com um espetáculo das fadistas Carla Pires e Teresinha Landeiro, acompanhadas pelo guitarrista Pedro Jóia.
Créditos à Correio do Moinho
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